Coluna da terça | Sem trégua
O período de recesso parlamentar também foi de um certo “descanso” para o Governo Raquel Lyra, que teve alguns dias para não se preocupar com a pauta da Assembleia Legislativa. A “trégua”, se é que ela existiu, acabou de vez.
A oposição, desde o início desta legislatura, vem imprimindo um ritmo às pautas do Parlamento. O fator crucial foi a configuração das comissões, que respinga até hoje.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada no primeiro dia da volta dos trabalhos para investigar o contrato de publicidade do Estado, é a prova de que a oposição não está pra brincadeira. E o segundo semestre, como antecipamos na coluna de ontem, será muito mais intenso.
SEM PREOCUPAÇÃO - Diante da CPI, a Secretaria de Comunicação enviou uma nota dizendo: “informa que todo o processo licitatório de publicidade institucional foi conduzido de acordo com a legislação vigente, respeitando os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e transparência”, disse trecho da nota.
FORMAÇÃO DA CPI - O detalhe, agora, será a formação da comissão. Uns dizem que o Governo terá a maioria, outros apostam na oposição. O fato é que CPI a gente sabe como começa, mas não como termina. Pelas minhas contas, o jogo está empatado e o PL poderá ser o fiel da balança.
FRASE DO DIA: “Dificuldades não me colocam medo. Elas me fazem ter a consciência de que a gente precisa trabalhar mais e se afastar dos que apontam erros ou criam narrativas pensando nas próximas eleições”, disse a governadora Raquel Lyra (PSD) nas redes sociais.
RÁPIDAS
ANTECIPOU DEMAIS - O clima na política pernambucana é uma antecipação clara da eleição do próximo ano. A governadora Raquel Lyra aposta no diálogo; e a oposição quer encurtar o mandato dela.
PRISÃO - A decisão do ministro Alexandre de Moraes, de deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar, já era uma tragédia anunciada. Primeiro, a tornozeleira; depois, a domiciliar. O final já está claro.
REAÇÃO - Agora preso, mesmo que em domicílio, Bolsonaro poderá levar seus adeptos para algumas vertentes: ampliar a radicalização, aceitar e esfriar a militância ou tentar se tornar um mártir.
PINGA-FOGO: Onde vai parar essa CPI?
